Marina Alves descobriu que tinha uma irmã durante campanha para encontrar um doador de medula óssea — Foto: Instagram/ Reprodução
Uma história surpreendente de fé e de reencontro familiar da vida real vai ser transformada em filme. A trajetória da repórter cearense Marina Alvez, que ficou sabendo da existência de uma irmã na busca por um doador de medula óssea, será contada em produção a ser exibida pela TV Globo em 2025.
A informação foi confirmada por Fábio Ambrósio, diretor de Programação e Entretenimento do Sistema Verdes Mares. Ele conta como surgiu a ideia para o filme:
“Eu estava na redação do SVM quando a Marina Alves veio pela primeira vez após 2 anos de tratamento da doença. Ficamos todos emocionados, o Diretor Superintendente Ruy do Ceará estava ao meu lado, olhei para ele e disse: “Essa é uma história de novela ou de filme”. Desci para minha sala e chamei o roteirista R.B.Diogo e supervisor de Programação Rafael Carvalho e começamos e colocar essa ideia em prática. (…) Obviamente que liguei para ela (Marina), falamos sobre a ideia e estamos aqui prontos para produzir essa história linda de fé, amor, resiliência”
A produção será da TV Verdes Mares, que teve o projeto escolhido dentre ideias apresentadas pelas afiliadas da Globo. A previsão é que o filme seja exibido na Tela Quente.
“O filme tinha que envolver a televisão, em 2025 a Globo faz 60 anos e a TV Verdes Mares faz 55. Essa história tem tudo a ver com nosso pensamento, Marina é repórter da Verdes Mares, com reportagens nacionais também e essa história dela que continua lutando pela vida é uma inspiração”, conta Ambrósio.
Repórter da TV Verdes Mares, em Fortaleza, celebra os presentes que ganhou depois do câncer
A novidade também foi compartilhada por Marina Alves nas redes sociais. “Ainda nem acredito… Minha história vai virar filme!”, escreveu a repórter.
A jornalista da TV Verdes Mares foi diagnosticada, em agosto de 2021, com um linfoma linfoblástico de células T, um tipo de câncer grave que destrói as células de defesa do organismo. Logo depois da descoberta, ela foi internada para iniciar o tratamento com sessões de quimioterapia.
Até então, Marina acreditava ser filha única. Foi aos 33 anos que ela descobriu a existência de Lumara, irmã por parte de pai. As duas se encontraram pela primeira vez em um hospital onde Marina estava internada após uma reação ao tratamento. Lumara trabalhava na unidade como técnica de enfermagem.
Como elas descobriram o parentesco
Após descobrir irmã e fazer doação de medula, Lumara recebe o nome do pai — Foto: Marina Alves/Arquivo pessoal
De plantão no banco de sangue do hospital, Lumara levou até Marina uma bolsa para o procedimento de transfusão de plaquetas. Ela já seguia Marina nas redes sociais e tinha até entrado em contato com ela virtualmente para comentar sobre a semelhança física entre as duas.
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“Um dia que eu estava bem mal, fiquei com um lado do corpo paralisado, precisei ir para a UTI, foi a Lumara quem foi levar uma bolsa de plaquetas para a transfusão para mim na UTI. No hospital elas já andam com todos os equipamentos de proteção, mas por conta da pandemia ela estava ainda mais paramentada e mesmo assim pelo olhar, pelas fotos que eu já tinha visto dela, eu reconheci. Olhei para ela e aquilo, naquele momento tão angustiante para mim, me tranquilizou de alguma forma. Ter alguém próximo, ter alguém que eu conhecia e nem sabia ainda que era minha irmã”, contou Marina.
A amizade que elas tinham começado nas redes sociais se intensificou com esse encontro. Em campanha para encontrar um doador, veio a descoberta de que Lumara tinha 50% de compatibilidade para o procedimento.
Repórter descobre que tem irmã enquanto esperava doador de medula óssea
Conversando sobre suas histórias de vida, elas foram descobrindo os pontos em que as trajetórias delas se encontravam.
“A mãe da Lumara cuidou de mim quando eu era criança e nessa época ela teve um envolvimento rápido com o meu pai e os dois perderam o contato. […] Nesse dia a gente teve uma conversa mais aprofundada sobre a nossa infância e despertou ‘será que existe alguma possibilidade de parentesco?’”, relatou Marina.
O transplante de medula óssea foi realizado em abril de 2022. Após o procedimento, Lumara relatou sobre a coleta do material, que durou dois dias, e disse que “faria tudo novamente” por Marina.
“Cada gotinha dessa que entrava nessa bolsa, eu ia agradecendo a Deus por tudo, por cada detalhe, e pelo cuidado dele em nossas vidas! Marina, Deus tem lindos sonhos e planos para as nossas vidas, e vamos viver todos eles, junto da nossa família. E hoje meu coração é só gratidão a Deus por tudo, me falta até palavras nesse momento, porque eu sou sei agradecer! Não desista, não pare de crer, os sonhos de Deus jamais vão morrer! Eu amo você minha irmã”, publicou Lumara nas redes sociais.
A técnica de enfermagem, que cresceu tendo apenas o nome da mãe, teve o nome do pai incluído na certidão de nascimento depois do reencontro familiar.
G1 CE